Chuvas, fumos e digestos
invejas, rancores e ganância
túneis, minas, buracos e restos
mentiras, traições e arrogâncias.
Desventrada alma da Terra,
desventrada alma do Homem
recursos retalhados em guerra
compaixões sem fé nem amem.
Estranha forma de humanidade,
de todos as filosofias e religiões
pensamentos, rostos e verdades
que contêm o bem e a paz no brasão.
Dizem que é maior o que as une,
do que menor os que as divide,
não sei quem assim pensa imune,
mentes perturbas são quem decide.
Estranha forma pró primitiva,
de uma fé adulterada e traída,
económica e politica negativa,
tudo numa elite menor absorvida.
Estranha forma de fé e crença,
do homem bomba á fábrica bélica,
de que com a guerra cria-se a paz
apenas uma desculpa para ganância.
Esventra-se a Terra mãe,
florestas, jardins e águas,
carvão, gás, negro ouro,
até ao fim nuas e cruas.
Esventra-se o Homem,
em risos sarcásticos,
sentimentos e emoções,
criança e mulher oprimem,
enquanto cantam orações.
Do sensível ao frágil, e o belo,
até na dor e no êxito se inveja,
semeia-se a infelicidade sem elo,
ditas vozes amigas que se maneja.
Se invejas o mesmo bem,
ao teu inimigo de olhado,
e ao teu amigo te convém,
hipócrita és de face mascarado.
Esventramos a terra do fruto,
o espiritual sagrado e divino,
terra e espírito és neste reduto,
és tu Homem o melhor assassino.
De nada te serve prolongares,
a inevitável degradação da carne,
se não semeares novos ares e lares,
se não plantares sementes e lugares.
De nada te serve a ostentação,
se não interromperes a desertificação,
se não partilhares com compaixão,