Ciclos, círculos e circunferências,
curtos circuitos, caminhos longos,
perdida a verdade em penitências,
verdades nas trincheiras, prolongas.
Sei o que sei e soube mais que devia,
escombros de vidas á minha frente,
ruínas de perdidos e achados na via,
passam e não voltam numa corrente.
Aperta-se o circulo à verdade,
e a verdade tu nunca a dizes,
sim sei, sei mais do que claridade,
e hoje se a disser não a escravizes.
O mundo hipnotiza a fera ferida,
a necessidade obscura do animal,
aliciante apelativa sem divida,
já não existe lugar para bom sinal.
Sim eu sei o que fizeste, em ciclos,
solares, lunares, económicos e cios,
quando rugido animal está no exilo,
quando a fome e o calor são alicio.
Vi quem não acredita na verdade,
pior que acreditar na pior mentira,
a verdade repele e a mentira atrai,
num jogo de labirintos e conspira.
E o bem e o mal giram em ciclos,
tempestades e bonanças iludidas,
e a dor e o amor que evocam asilo,
são sinais e rangeres no tempo lidas.
E eu queria quebrar o ciclo,
das palavras decentes o gelo,
descobrir um novo mundo,
no ciclo da honestidade e do belo.
E eu sei a formula mágica,
que nada é do bem e do mal,
equivocadas pelo uso sínico,
desse humano que é animal.
Mas se preferes o excesso,
num desenfreado regresso,
viver tudo num só sucesso,
na falsa consciência do progresso.
Se preferes viver correndo e apressado
tudo feito e enlatado sem dor nem amor,
talvez todos os ciclos não tenham sentido,