Quando nossas vidas voarem,
desvendada a razão de se cruzarem,
de alegria o céu chorará e se reproduz,
porque em nosso coração ficou uma luz.
Procuro ainda a razão da solidão,
será que teimamos em que ficar sós!?
gelo da vida que queima a desilusão,
desembrulhamos e desatamos nós.
E era a voz do silêncio,
que baixinho me falava,
amor que confidencio,
num mundo que se amava.
Tempo que és tudo e não paras,
trás me um cantinho, uma luz,
amigos cantam cantigas raras,
levo-te um presente que se traduz.
O mundo se esqueceu de brincar,
como uma criança alheia a tudo,
e eu quis brincar com a lua ao luar,
pegar na tua mão e brincar a tudo.
Que bom navegar na imaginação,
rebolar e nascer vezes sem conta,
sorrisos, traquinices e magia em porção,
ser bola, berlinde e faz-de-conta.
Num infinito de raio de luz,
livro de adivinhas e fantasias,
só num espaço que me seduz,
esculpindo maravilhas de dias.
lindas luzes de vida e amor,
chuva de estrelas e destreza,
no interior de ti vi uma flor.
Renascer numa razão de viver,
procurar sentido nos silêncios,
dizer amar de coração e crer,
é voar num sonho de desígnios.
E se eu te conta-se um segredo,
num gesto louco sem loucura,
sentir sem medo um som ledo,
palavra que pela eternidade dura.
Não se nasce apenas uma vez,
mas numa vida se vive muitas,
se o medo da felicidade é solidez,
vale a pena amar se acreditas.
Em algum lugar em algum tempo,
palavras, sons e ventos nos dizem,
que existem pessoas e momentos,
que nos ensinam mais e nos luzem.