Há sempre uma razão para viver. Podemos elevar-nos acima da nossa ignorância, podemos olhar o nosso reflexo, como o de criaturas feitas de perfeição, inteligência e talento. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!
(Richard Bach "Fernão Capelo Gaivota")

quarta-feira, 15 de abril de 2009

HOJE

Hoje desejei que fosses mais feliz

mais feliz do que eu imaginei

sou da paz e do amor aprendiz

e imaginei-te mais do que criei.


Hoje construi um castelo

pedras de vidas colhidas

venci a sombra e o duelo

guerras e terras prometidas.


Hoje desejei que fosses feliz,

mais feliz que eu e mais eu

longo e sólido, forte de raiz

voares num oceano só teu.


Hoje apenas quis dizer

amor existe ainda na luz

coração alma a crescer

uma esperança que seduz.


Hoje apenas quis escrever

explodir e brotar nascentes

carinhos ternuras a nascer

sol e lua em quartos crescentes.


Hoje escrevi sem receio

palavras translúcidas a voar

suprema emoção que semeio

que tudo terreno se está afastar.


Hoje vi-te apenas assim

igual e diferente de mim

flor de um imenso jardim

cor de um céu de cetim.


Hoje senti teu céu e asas

castelo sem muralhas

prisão sem grades e portas

sentimento livre de batalhas.


Hoje senti sem receio

que para seres feliz

não posso querer devaneio

nem provocar cicatriz.


Hoje senti toda a verdade

epopeias de amor e felicidade

num amor sem propriedade

num amor sem possessividade.


Hoje quis tudo sem receio

apenas nada querer de ti

acreditar num coração cheio

esperar o tempo que prometi.


Hoje haverá mais amor

hoje haverá mais paz

hoje haverá mais louvor

hoje tudo será capaz.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Voos Ancestrais

Rezam histórias ancestrais,

lendas, contos e fábulas

que tudo num dia contais,

em epopeias e fórmulas.


Músicas mágicas em silêncio

num quadro pintado por Deus

harmonia celestial evidencio

num abandono total do adeus.


Luz, íris, rosas e lírios,

rejubilantes verdes flor,

fontes cristais de rios,

corre pelo manto amor.


Rezam histórias um paraíso

sem perguntas e respostas

tudo se contava num sorriso

de cores e céu azul que gostas.


Sou o guardador de histórias,

derrubo e construo dias assim

e proclamo vitórias e glórias

e tu a ave num céu de cetim.


Contos lindos onde o mal não existia,

Escutei as vozes que me chamavam,

estrelas do dia mais claro que me guia,

luzes, sons e magia que me encantam.


E tudo passa numa história de embalar

sou o jardineiro de tempos ancestrais,

a prosa a flor que te ofereço ao luar,

passos, lindas seduções que dançais.


Rezam histórias ancestrais

que o amor existe num desejo

um paraíso de campos rosais

num gesto num olhar que vejo.

domingo, 12 de abril de 2009

Turbulências

Vazios de vidas suspensas

semearam dias de ausência

perpétuas lágrimas extensas

ocos rotos da indiferencia.


Muros e paredes de concreto,

ingredientes de aço e barro,

destroços de amor incompleto

de um suicídio que não narro.


Oiço choros, uivos e gemidos,

fossos de ar ausentes e tremidos

mortes lentas sem apelidos

caídas e perdidas e escondidos.


Fôlegos suspensos nos ares frios

sentidos corações destroçados

ânsias doloridas e calafrios

lindos seres de destinos trocados.


Vi sangue, angústia e lágrimas

vidas suportadas na turbulência

ares, mares e terras de queimas

tempos e ares de amor em ausência.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Despertares de Amor



Parei para te escutar

silêncio e calma

sons e cores da alma

fazem-me recordar.


Eu sei que tu sabes

que me recuso tirar

a forma linda de amar

onde em tudo cabes.


E se viajasses em mim

entre correntes e feitiços

luzes de néon quebradiços

verdes e dourados jardim.


E o amor, sim o amor,

reservas tímidas de mim

de fogueiras sem fim

onde a rosa és tu flor.


Porquê, preciso, sabes,

olhar, escutar, cantar,

e por mim não olhar,

na tua fúria linda de sabres.


Numa explosão de amor,

encontro-me entrincheirado,

recatado, tímido enfeitiçado,

não receies a minha flor.


Preso pelo ultimo destino,

procuro a razão das vidas,

que caminhos e partidas

de uma nação sem hino.


Tira-me, liberta-me, de tudo,

da cor que me rodeia ouro

eu quero voltar ser tesouro

da palavra amor um escudo.


Sou a palavra imperfeita

rejeitada pelos Homens

refeito de escuras imagens

que tua silhueta é perfeita.


Agarra-me, procura-me, livro,

aberto antigo luz quente recanto

que tu és minha rosa meu canto,

de sementes de amor sobrevivo.