Há sempre uma razão para viver. Podemos elevar-nos acima da nossa ignorância, podemos olhar o nosso reflexo, como o de criaturas feitas de perfeição, inteligência e talento. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!
(Richard Bach "Fernão Capelo Gaivota")

domingo, 9 de agosto de 2009

No medo de ser feliz

Procurei-te hoje,

mas não te encontrei,

permaneci no tempo,

e o tempo permaneceu em mim,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

mas não te vi,

não te queria pedir nada,

apenas uma oportunidade,

de te mostrar o meu interior,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

mas não te avistei,

senti-me no tempo deserto,

não queria nada teu,

apenas te dar o meu amor,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

meus olhos não te viram,

passei demasiado tempo,

a calcar o que tenho de bom,

a pisar os meus sentimentos,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

não ouvi teus passos,

e passei por mim assim,

com tanto dentro de mim,

sem me importar o que vem de ti,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

não ouvi tua voz,

o amor não precisa,

no medo de amar,

na dor que o amor não tem,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

e amanhã também,

no medo de ouvir um ninguém,

no medo de gostar de ti,

no medo do tempo apressado,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

para dizer que gosto de ti,

dizer-te que passei a vida,

a chamar-me o que não sou,

a entregar-me a quem não devia,

num destino que a vida me deu,

no medo de ser feliz.


Procurei-te hoje,

não te encontrei, mas encontrei-me,

não te vi, mas vi-me,

não te avistei, mas naveguei,

meus olhos não te viram, mas brilharam,

não ouvi teus passos, mas senti-te,

não ouvi tua voz, mas ouvi-me,

e manhã também, seja sim ou não,

não é o mais importante,

no medo de ser feliz, recomeçaria tudo de novo,

no medo de ser feliz, eu quero sim fazer-te feliz.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Invisíveis


São auroras boreais,

ventos celestiais,

constelações de luz,

amor numa cruz.


São cataratas de águas,

mar profundo e céu azul,

florestas verdes nuas,

amores vindos de sul.


São arco-íris, chuvas e trovões

animais vestidos pelo pintor,

pequenos, grandes e anões,

amor em seus actos de dor.


São almas fabricadas pela cidade,

traumas e insanidades espalhadas,

recusam a escuridão e a falsidade,

reclusos da solidão e abandonadas.


São visões do mundo

em que não acreditas

belo invisível e mudo,

não são magnéticas

mas por muitos malditas.


Ninguém quer a verdade,

na vida fácil da mentira,

um coração de bondade,

é razão para expiar ira.


São nebulosas planetárias

nascentes de vidas maiores

nuvens brilhantes de galáxias

amor é coisa rara em gente menor.


O universo esconde maravilhas

que teu coração não vê pelo medo

almas invisíveis em raras ilhas

escondem milagres e segredos.


Canto e escrevo ao invisível

ao que não vês nem sentes,

e esperas o que é dissolúvel,

na falsa esperança dos crentes.




“O essencial é invisível”