Valerá a pena ser
sincero,
quando o mais banal e
inofensivo
pensamento é apenas
existencial
manipulado e ainda
assim sorri.
Valerá a pena remar
nesse rio
a que chamamos de vida
onde a corrente e de
vermes
sugas, parasitas e
necrófagos.
Valerá a pena ser-se
como se é
acreditar nas historias
que a historia
já conto vezes sem
conta
e se repete vezes e
mais vezes
A culpa é das
estrelas, dessa evolução
somos a aberração
imperfeita da natureza
os filhos abandonados
de um deus qualquer
o mutante perfeito da
radiação cósmica.
Valerá a pena contar as
guerras
se outras tantas se
seguirão
contar pessoas em saldo
monetário
jogar pessoas no
tabuleiro das bolsas.
Valerá a pena acreditar
na democracia
de quem exista pensando
que mais ninguém existe
onde sem ideias
caminham premiados e adorados
pelos números que as
leva à vaidade e ao poder.
Valerá a pena aprender
a viver
dar sentido ao que não
tem sentido
dar valor ao que não
tem valor
falar de amor como se
de uma peça qualquer
que encaixa na
imperfeição de uma doutrina.
Valerá ainda a pena a
vida
nesta espécie de
alucinante viciante
que é a esperança nas
promessas
que nos queima numa
paralisia
colectiva.
E por fim valera a pena
dar o esforço de uma
vida por quem nos oferece a morte
o fim da dor sufocante
pelo descanso eterno,
a esperança por quem
nos dá a guerra
o amor por quem faz do
amor uma competição
E no fim valera a pena
a palavra
hipócrita na morte
avassaladora na vida
demagoga na vida e
esperançada na morte
perpetuada e eternizada
pelos mesmos assassinos.
Valerá ainda a pena a vida?
C.M.
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